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© @annajota

Lembranças. (2o cap)

sábado, 13 de fevereiro de 2010 @ 21:19

Lembranças. Era só o que restava do que antes era chamado de "nós".
Estava deitada em minha cama, olhando pro teto, e só conseguia pensar em uma unica coisa, nao que eu quisesse pensar naquilo, eu realmente nao queria, mas era algo involuntário, algo contra o qual eu nao podia lutar, era mais forte do que eu, e eu já estava conformada com este fato, eu apenas nao me conformava com o fim. O fim mais idiota e sem fundamento que eu ja tivera o desprazer de presenciar, falta de argumentos contra argumentos de sobra, razão contra erro, amor contra ódio, saudade contra orgulho. Doía. Eu sentia as cicatrizes de um de meus piores acidentes. Não, nao sofri acidente de carro. Meu acidente foi emocional, algo que abalou completamente minhas frágeis estruturas. Eu era como uma boneca de porcelana jogada ao chão. Condenada aos cacos que lá ainda jaziam. Condenada ao concreto de onde nunca fora recolhida. O vazio que preenchia as lacunas de meu rosto dilacerado era meu unico e fiel companheiro. E assim ela viveria a eternidade, jogada aos ratos como um nada. Notei como eu estava sendo rude comigo mesma, afinal, eu nao estava assim tao mal, eu nao me sentia mal todo o tempo, somente nos vagos momentos em que ficava só comigo mesma, com meu lado maligno, que insistia sempre em me fazer relembrar das piores experiencias de minha nao muito longa vida. Eu queria me livrar de tudo que ainda me prendia aquele fatídico acontecimento, eu queria nao ter sentido nada de bom por alguem tao ruim e desprezivel, mas parece que além de nós, os sentimentos tambem possuem livre arbítrio. Ri de minha observação sem muito sentido, e virei-me para o lado ficando de frente com meu criado mudo, e lá estava o porta retrato com a foto de minha turma, meu fiéis e melhores amigos, eu estava no meio de todos, envolvida por um vulto negro. Ri de minha infantilidade, risquei o retrato em que ele estava presente, mas de certa forma, eu tinha razão em fazê-lo, assim, seria cada vez mais facil esquecer seu rosto, e sucessivamente esquecer-me de que ele um dia havia passado por minha vida. Minha mentira parecia funcionar, mas meu lado maligno era fugaz, e fez questão de acabar com minha esperança momentanea de um dia conseguir esquece-lo. Soquei o travesseiro aliviando brevemente um pouco de minha ira, eu estava irada comigo mesma, por ser fraca, por ser idiota, por ser inutilmente apaixonada por alguem que nao devia. "Errado, errado, errado" sussurava baixinho enquanto pensava nas ultimas palavras que escutei de seu labios "Como posso ainda te amar tanto garota?" eu que me perguntava "como podia ainda amar tanto um cafasgeste como ele?", mas com sinceridade, ao contrario do que ele havia feito, com toda certeza, quando pronunciou tais palavras, nao podia ser de verdade, quando se ama alguem, nao se machuca a pessoa como ele havia feito comigo. Mas ainda nao deixei claro o motivo de nossa separação, ele foi infiel, foi falso e dissimulado, mentiu quando olhava em meus olhos, e fez com que eu confiasse nele mesmo sabendo de seu passado que o condenava. Eu o vi com outra garota, no dia em que completavamos 1 ano de namoro, mas eles nao estavam só se beijando, se é que me entendem. Eu estava disposta a perder minha virgindade com ele, eu o amava e confiava nele, confiava que quando ele dizia que me amava e que queria ficar comigo pra sempre, era verdade. E que tola eu era não é mesmo? Que mulher, em pleno seculo XXI, confia plenamente em um homem? Mas ele passava verdade, eu nao podia duvidar, eu nao conseguia duvidar, olhar em seus olhos e escuta-lo falar todas aquelas coisas, me fez acreditar que ele podia ser diferente. Mas ele nao era. Era apenas, mais um mentiroso.

Fuga. (1o cap)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010 @ 12:38

"Eu corria em direção ao fim do interminável corredor, e escutava seus passos rapidos logo atras de mim, porque diabos ele estava fazendo aquilo comigo? eu o queria longe de mim, cuidei pra que o que eu sentia sumisse, e nao pudesse mais ser encontrado, pedi para que ele nunca mais tivesse nenhum contato comigo, dintancia, era so isso que eu pedia, será que era pedir demais? parece que sim, parecia que ele estava me perseguindo, parecia que ele estava em todos os lugares onde ia, parecia que eu somente parava para olhar as pessoas quando ele olhava pra mim, e por que ele olhava pra mim? por que ele nao cuidava da vidinha mediocre dele e parava de me perturbar? por que ele nao sumia, ou morria? qualquer coisa que me livrasse da tortura de ver sua cara todos os dias de minha vida que estava feliz, feliz sem ele, e era isso que ele queria, tirar meu sossego, eu entrei no clube de teatro e ele tambem entrou, mas quando o professor cogitou tornar nós dois um casal, desisti. desistiria de tudo pra nao ter que sentir nojo de mim todas as vezes que o via ou falavam dele, ou até mesmo quando escutava seu tão comum nome, nojo de mim, por ter me permitido sentir algo bom por alguem tão ruim, nojo de me permitir passar dos limites, dos meus estipulados limites. Eu devo ter merecido, minha sequencia de erros merecia punição, só podia ser isso.

Meus pensamentos foram interrompidos por duras e diretas palavras "pare de fugir!", era a primeira vez que eu escutava a sua voz em meses, o som de sua voz causou-me um torpor, algo indefinível, inexplicável, nem bom nem ruim, mas sem nenhuma duvida, algo que eu nao queria sentir. Não notei que havia diminuido os passos, toquei-me quando sua mão encontrou a pele fria de meu braço, o toque repentino e inesperado causou-me arrepios "droga" falei pra mim mesma, sua mao grossa e calejada de encontro a minha pele sensivel e fria causou-me a sensação mais profunda de nostalgia que eu ja havia sentido, de repente todos os toques, mas todos mesmo, sem exceção de nenhum, todos os toques dele passaram por minha mente e eu até podia senti-los na pele, abri meus olhos, que estavam fechados desde o encontro de nossas peles, puxei meu braço indignada, fazendo-o soltar-me e cuspi as palavras "nao me toque! nao ouse encostar sua mão imunda em mim, nunca mais!" intrigou-me a reação de surpresa que ele provavelmente interpretou, seus olhos confusos e trêmulos chegaram a plantar alguma indecisão em minha mente, mas em alguns milésimos de segundos eu deixei que minha (tao mais forte) razão tomasse conta de qualquer indecisão que houvesse em mim, ele fazia menção de responder, mas apenas soltava algumas frases gaguejadas e sem sentido, resolvi nao perder meu tempo em tentar compreender o que ele tentava dizer, continuei "você saiu da minha vida! aceite isso, pare de enxer meu saco, pare de perder teu tempo inutil comigo e perca-o com alguem que se importe com suas ações desesperadas e ridiculas, vê se me esquece!" ele me olhou firme, e respondeu "eu nao saí de sua vida! eu faço parte da sua historia queira voce ou nao" ri, sarcástica "sim, INFELIZMENTE voce faz parte da minha historia, mas nao de minha vida, você saiu dela faz tempo! voce e suas mentiras." as palavras eram duras, ate mesmo pra mim, mas nao faria diferente, seria o mais dura possivel, pra acabar logo com aquilo, ele assustou-se com minhas palavras e nao tinha como nao admitir que o que eu disse fazia sentido, entao continuei "voce nao tem nada a falar não é? como sempre, você nao tem argumentos. é um covarde, um ser qualquer, mais um desprezivel. Sabe o que eu quero? quero que voce, sua familia problemática, que eu nem mesmo sei se existe ou se é mais uma de sua mentiras, seus namorados, namoradas ou seja lá o que voce tenha na droga da sua vida, se dane, é so isso que eu quero." ele nao gostou de minhas palavras, entao replicou "Eu nao errei sozinho anna (nao sei que nome dar ainda D:), pare de me acusar e veja seus erros com relação a mim, voce nao é tao santa como se faz! admita que me magoou, admita que nao acabei com tudo sozinho, e eu realmente nao acabei!" cada palavra que saia de sua boca nojenta me enlouquecia "voce é mesmo um cínico, um imbecil, eu NUNCA te pedi nada, NUNCA menti pra voce, NUNCA quis que nada fosse recíproco, sempre deixei claro que nao queria que as coisas passassem do limite, mas você nao se importou comigo, voce e seu egoismo e ego inflado, pensou apenas em voce! alias, voce ja pensou em alguem alem de voce alguma vez na sua vida?!" olhei-o com um falso ar de interesse continuei rapidamente "tanto faz, eu nao me importo" girei nos calcanhares e retomei meu trajeto até o fim do corredor, que ja estava proximo, ao fim do corredor ainda pude escuta-lo resmungar algo do tipo "como eu posso ainda te amar tanto garota?" provavelmente ele achava que eu nao ia ouvi-lo, virei a direita e entrei na sala de ensaio da banda do colegio, nao havia ninguem lá, e eu gostava de lá nos momentos em que era vaga, aquele era um bom lugar pra respirar, pensar, dormir, um de meus lugares preferidos em toda a escola. contra a minha vontade as ridiculas e mais (provavelmente) mentirosas palavras dele naquele momento, martelavam em minha mente e aceleravam debilmente meu coração "como eu posso AINDA te amar tanto garota?" pensei comigo "mais um de suas mentiras sórdidas" tinha que ser mentira.. e era mentira. talvez."

The End? (8o e último cap)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010 @ 15:55

Março. Eu estava a espera de minha "mudança" ou da transição pela qual eu passaria, desde meu ultimo sonho com o anjo parecido com meu pai eu nao havia mais sonhado com nada. Isto é. Eu sonhava comigo mesma, deitada em um enorme vazio, totalmente encolhida e por diversas vezes eu chorava e gritava, talvez de dor. Mas eu nao estava em meu corpo, eu apenas me observava, esse sonho nao me fez pensar, nem nada, eu apenas o ignorei, tinha coisas mais importantes com as quais me preocupar. Por exemplo, minha morte, ou seja lá o que aconteceria a mim. Era terça, dia 5, e eu acordei mais cedo, resolvi chegar mais cedo na escola tambem. O que eu nunca esperei aconteceu, o que mais tive medo, o que mais doeria se acontecesse, o que eu sempre fui avisada de que iria acontecer. Danny beijava Georgia, uma garota sem personalidade do segundo ano, mais idiota impossível. Eu nao queria presenciar aquilo, eu nao queria estar acordada, eu queria, finalmente... estar morta. Ele era realmente um covarde, um falso, um dissimulado! Eu o odiava com todo o amor que sentia por ele. Mas me odiava mais, tinha nojo de mim mesma, tinha nojo de meu comportamento ridículo, tinha nojo de cada parte de minha pele que havia permitido que ele tocasse. Mesmo que estar perto dele me causasse dor, e me magoasse, por me fazer lembrar do que havia acontecido, ficar longe dele me magoaria mais, eu me tornava mais uma vez dependente de alguem que nao me merecia, dependente de uma droga que me fazia mal, que nao me matava, mas que abria feridas dentro de mim. Eu o evitei por todo o tempo que fui capaz, longos 4 meses. Sim, já era agosto, mais um mês de meu sofrimento sem dor. Já nao sentia dor, não por terem sido saradas minhas feridas, mas pela ausência do conhecimento de uma nova dor. Não havia dor que eu ja nao conhecesse, pelo menos, se havia eu ainda nao tinha passado por ela. A dor que Danny me causara, ja era minha conhecida, tínhamos quase uma amizade, ja havia lhe pedido para nao me machucar, e ela após um tempo atendeu meu pedido. Eu sentia-me estranhamente mais forte, e ao mesmo tempo me sentia vazia e prestes a cair, perder total controle de meu equilíbrio, se é que posso chama-lo assim. Eu me tornava um corpo sem sentimentos ou alma, e o coração que batia dentro de meu peito, tinha a única e suficiente função de manter meu corpo vivo. Eu ja me sentia morta. Talvez nao morta, mas longe de meu corpo, e passava a compreender meu antigo sonho, eu me via sofrer, me via gritar e chorar. Já nao era eu, era apenas meu corpo, eu estava vendo algo que de algum modo ja tinha visto antes. Eu estava assistindo minha dor sem senti-la, aquela sensação era boa, quer dizer, nao era bom me ver sofrer, mas era bom nao sentir a dor tao forte que me assistia sentindo. A diferença de meus sonhos agora era que eu nao me ouvia, apenas assistia, e uma voz dizia ao fundo do enorme vazio que existia "Você está indo muito bem pequena, continue assim, sua recompensa está proxima" Eu me sentia completamente preparada para qualquer que fosse o meu tao esperado fim (sim, após um tempo, meu fim tornou-se uma coisa pela qual eu esperava, nao via a hora de tudo que me fazia sofrer, ou de tudo que me causava vazio, tivesse seu poder arrancado e nao tivesse qualquer atuação sobre mim). Além de preparada eu começava a compreender qual seria o fim. Isso era completamente necessario. Isso já era aceito facilmente por meu subconsciente.
Eu passava por todos como se não os conhecesse, minha mãe estava voltando a se preocupar com meu comportamento indiferente. Danny fazia visitas frequentes a minha casa, por mais que eu sempre me recusasse a atende-lo ele aproveitava-se do apreço que minha mae sentia por ele, e tentava fazer com que ela conversasse comigo e fizesse com que eu mudasse de ideia com relaçao ao fim de nossa relaçao, ela falava comigo sempre, mas depois de um tempo eu ja nao a escutava mais, fingia que escutava, e muito bem por sinal. Mas nao era so a minha mãe que eu nao escutava, Nando tambem sofreu as consequencias de minha estranha mudança, ele me fazia visitas frequentes, e me contava muitas coisas sobre sua vida, eu escutava muito poucas, apenas lembro que ele estava namorando uma garota chamada Pietra, sabia que ele cursava geologia e ela física, na minha opinião o casal perfeito, dois loucos que faziam cursos de maluco na faculdade (risos). Se eu ainda tivesse tempo, cursaria direito, talvez por minha sede por justiça. Em todos os aspectos, eu queria um fim justo pra tudo. Eu esperava que meu fim fosse justo. Minha mudança era apenas psicológica, física so pelo fato de eu nao me sentir dentro de meu corpo, fora isso apenas meu estado psicologico havia mudado, eu me olhava no espelho e me achava até mais bonita, o que com certeza nao era a verdade. Na escola continuava a ser uma aluna exemplar, tinha conseguido fazer com que os professores parassem com a mania de em todos os trabalhos colocar Danny em meus grupos, eu entrava em outros grupos, mas fazia meus trabalhos sozinha. Sempre.
Na noite do dia 1 de setembro, tive um de meus mais reveladores sonhos, Meu anjo "pai" viera me visitar, Ele chegou com seu sorriso perfeito e seus olhos paternos e nao perdeu tempo, aproximou-se de mim e disse "Anna, estou orgulhoso de voce!" eu sorri, e ele continuou "Você está aceitando as mudanças muito bem, diferente de como aceitei." eu parei de sorrir e com algum toque de curiosidade na voz, perguntei-lhe "Voce pode me contar o que aconteceu com voce?" ele sorriu satisfeito "Hoje posso lhe contar tudo!" eu abri um de meus sorrisos mais sinceros de todo o ano "Continue a sorrir pequena, é assim que gosto de ve-la. Eu sempre quis o seu bem" Continuei a sorrir, mas a duvida me fez perguntar "O que o senhor é meu? Me conhece de onde?" Ele aproximou-se mais de mim, colocou as maos em meus ombros, beijou minha testa e abraçou-me. Ficamos ali parados do mesmo jeito por alguns instantes. Então ele começou a falar "Sou eu pequena, sou eu." Ainda em seus braços repliquei contra seu peito "Quem?" senti que ele chorava, mas nenhuma lagrima descia de seus olhos "Sou eu querida, o papai." Foi como se um choque percorresse cada milímetro de meu corpo, eu queria continuar abraçando-o, mas desabei, ainda em seus braços, fiquei estática. Ele já esperava por essa reação, sem nenhuma dificuldade pegou-me em seus braços, sentou-se em algo parecido com um banco de praça que "milagrosamente" aparecera no vazio e vasto quarto branco. Senti-me como um bebê de poucos meses, ele me balançava como se quisesse me fazer dormir, eu precisei de alguns minutos em seu colo para colocar meus pensamentos em ordem, e então tomei coragem e lhe falei "Papai? Por que? O que você é? Por que você foi embora? Senti tanto a sua falta." As ridículas e intermináveis lágrimas, teimavam em sair de meus olhos. Eu odiava chorar pelo motivo de ter a estranha impressao de que chorar dava sensação de poder para quem me via derramar lagrimas. Mas eu chorei, chorei como nunca havia chorado e ele respondeu-me após alguns segundos acalentando meu pranto "Eu tive que ir pequena, se eu tentasse lhes explicar o que aconteceria a mim, vocês nao iriam entender. Diriam que eu estava louco. Foi a coisa mas dolorosa e dificil que ja tive o desprazer de fazer. Eu as amava demais, ainda as amo. Você e sua mae sao as coisas mais importantes. Eu sempre estive ao lado de vocês, em todos os momentos. Mas nao podia aparecer. Tinha medo da reação de vocês. Mas recebi a noticia de que você passaria pela mesma coisa que eu. Tive medo, lutei com tudo que pude pra faze-los mudarem de ideia. Mas era seu destino. Devido ao meu medo com relação a sua reação, mandei Caius e Petrus. Eles lhe mostrariam como passar por isso. Caius acalmou-a enquanto Petrus mostrou-lhe a pior parte de ser como somos, torna-se como ele. Nos ainda temos a capacidade de amar, mas tambem temos a de esquecer rapidamente quem quisermos. Nosso dever é proteger quem amamos, mas de vez em quando temos de proteger pessoas que nao conhecemos." eu compreendia tudo que ele falava claramente, aceitei todos os seus motivos. De repente compreender e aceitar eram minhas unicas habilidades. Perguntei a meu pai "Qual é meu destino pai? O que eu vou ser? O que vai acontecer comigo depois que eu morrer?" ele beijava minha testa e falou de encontro a ela "Você nao irá morrer querida, digamos que você será arrebatada, somos metade anjos e metade humanos. E a passagem de nossos corpos fisicos para o corpo espiritual, é sempre dificil, mas suportavel. Voce pode continuar a ser como sempre foi, seu corpo passa apenas por uma "maquilagem" e você passa a parecer mais belo, talvez para facilitar a aproximação das pessoas que temos de ajudar." eu gaguejava "M-mas, eu vou virar um anjo? Por que?" ele ainda tentava em vão me acalmar "São familias que são escolhidas, a nossa é uma delas. O porem é que isso só ocorre de século em século, mas com você foi diferente, Deus quis assim, e assim será" eu estava acalmando meus pensamentos aos poucos, cada informação recebida naquela noite havia sido de vital importancia, eu lembrei de minha mae e perguntei "E a mamae, pai? O que vai acontecer a ela? Ela nao vai aguentar perder mais um" ele respondia com a voz mais calma do mundo, de certa forma, aquilo me acalmava tambem "Nós iremos nos mostrar a ela, juntos. Viveremos junto a ela até que ela morra" eu me assustei com o termo "morra" e perguntei "E nós? Nós podemos morrer?" ele respondia a todas as minhas perguntas, aquela nao seria diferente "Nós não morremos. Nós somos.. digamos, substituidos. Se nosso trabalho nao for merecedor da eterninade nós perdemos nossa chance e somos mandados ao inferno. Assim iria acontecer a Petrus, mas intercedi por ele. Ele terá sua última chance" Lembrei de "Petrus" meu anjo demonio, ele era perverso comigo, mas mesmo assim eu nao queria seu mal."E caius?" perguntei "Ele continuará ajudando a muitas pessoas, tenho a certeza de que por toda a eternidade. Ele é um dos melhores de nossa "espécie". Tudo ficará bem querida, agora terei que ir" disse ele e beijou minha testa. Antes que eu me despedisse de meu pai, ja estava acordada em minha cama. O baque de informaçoes nao conseguira afetar mais meu emocional, ele havia se tornado forte e pouco penetravel. Mas eu continuava vazia. Talvez eu ja estivesse começando a ser "arrebatada" para fora de meu corpo "físico". E assim foi, naquele mesmo dia, abracei minha mae todas as vezes que me foram possíveis, disse que a amava e que estaria sempre ao seu lado. Liguei para Nando e chamei-o até minha casa, dei a ele o meu maior abraço, o mais sincero possivel, com a máxima humanidade que eu ainda possuísse, ele nao entendeu, mas sentiu-se satisfeito. À noite eu ja não estava em meu corpo. Eu apenas era espectadora de minha vida e com os poderes que me eram dados, resolvi esquecer Danny, resolvi estar sempre ao lado de Fernando e de minha mãe, e estava disposta a cumprir com meus deveres. Meu pai, Caius e Petrus estavam a minha espera, seja lá onde eu havia parado. Meu pai pegou em minha mao e disse-me "Encare como um começo e não como um fim"...
E este foi o começo de meu "fim"."
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"Eu sento e espero
Um anjo contempla meu destino?
E eles conhecem
Os lugares onde nós vamos
Quando estamos grisalhos e velhos?
Pois me foi dito
Que a salvação deixa as asas deles estendidas
Então, quando eu estiver deitado na minha cama,
Pensamentos correndo pela minha cabeça,
E eu sinto que o amor está morto,
Estou amando anjos em vez disso...
E através disso tudo ele me oferece proteção,
Muito amor e afeição,
Esteja eu certo ou errado.
E debaixo da cachoeira
Onde quer que isso possa me levar,
Eu sei que a vida não me arruinará.
Quando eu vier chamar,
Ele não me abandonará.
Estou amando anjos em vez disso...
Quando estou me sentindo fraco
E minha dor caminha por uma rua de mão única,
Eu olho para cima
E sei que serei sempre abençoado com amor.
E conforme o sentimento cresce
Ele aspira carne nos meus ossos.
E quando o amor estiver morto,
Estou amando anjos em vez disso...
"

Mais Perto do Fim. (7o cap)

@ 15:53

"Passavam-se 9 meses, como folhas florescem e caem rapidamente no outono, como chuva momentanea, como algo que nao tem fim, parecia perfeito, Danny nao poderia ser melhor comigo, nossos momentos eram sempre os mais sinceros, pelo menos de minha parte eram. Eu dava tudo de mim, e daria tudo mais que ele me pedisse, eu nao tinha mais medo, por mais que meu anjo tivesse me mandado ser prudente, por mais que ainda houvesse algo que me avisava que estava indo pela direção errada. Estava tudo perfeito, eu o amava, e ele parecia me amar. Minha mãe adorava te-lo como genro. O que já era meio caminho andado. Por incrivel que pareça, seja onde ele estivesse, senti que meu pai não o aprovaria. Talvez ele nunca confiasse em ninguem para ser meu parceiro. Lembrei-me de uma das coisas que ele dizia a mim "Nenhum marmanjo vai ser suficientemente bom pro meu bebê". Ele era tao protetor, era tao preocupado. Por que ele havia ido embora? Talvez ele mesmo tenha sido covarde, como sempre dizia que eram os homens, talvez ele mesmo tenha provado de suas acusações. Pouco me importava, importava antes, mas agora nao mais.
Já era começo de fevereiro, havíamos passado de ano com facilidade, juntos, eu e Danny, éramos os melhores da sala. O terceiro e ultimo ano estava ali, e eu ainda nao tinha morrido, nao tinha sofrido nenhum acidente ou nada do tipo, continuava a ter sonhos com meu anjo bom, nove meses sem meu anjo "demonio".
Eu ja estava me acostumando a ter sonhos bons, quando em uma noite que passei sozinha (minha mae estava na casa de uma amiga terminando um relatorio e Danny estava na casa dos tios, e até parece que minha mae deixaria ele passar a noite comigo rs) ele veio novamente me assombar. Estava bem vestido, de terno negro, com uma flor vermelho sangue na lapela. Apesar de estar bem apresentável, eu ja sabia distingui-lo de meu anjo bom. Perguntei-lhe quando enquanto estava sentada na poltrona do papai "O que voce quer?" ele riu "Ora pequena, trate-me melhor, eu ainda nao lhe fiz nada" Eu realmente gostaria de saber porque todas as suas palavras, eram tao pesadas ao meu ouvido, cada palavra demorava um certo tempo para ser compreendida e "engolida". Ele, como sempre fazia, interrompeu meus pensamentos com suas palavras amedrontadoras "Você anda muito atrevida, eu apenas estou aqui para cumprir com meu trabalho. Acho que posso me divertir enquanto trabalho. Voce nao acha?" Nao sei porque, mas suas palavras me fizeram rir, e como se eu fosse possuída por algo fora do normal, eu lhe respondi "Você se acha tao superior a todos não é? Seu fim está tao proximo quanto o meu! A diferença é que meu fim, será o começo de tudo, e o seu.. HAHA. Tenho dó de você." Ele assustou-se com minhas palavras, tudo bem, até mesmo eu havia me assustado. O que era aquilo que falou por mim? Continuei, enquanto ele estava parado a minha frente, atônito. "Ridiculariza a todos, como se fosse superior, você ja foi um humano não se lembra?" Eu nao me compreendia, mas deixava que a força tomasse conta de mim, me sentia poderosa causando medo ao meu demonio. Ele se alterou "Você nao pode fazer isso comigo, este é meu lugar!" De repente senti como se a força que atuava em mim fosse embora e senti-me frágil e vulnerável novamente. Ele notou. Voltei a minha poltrona e sentei-me, tentei compreender algo que eu havia "dito", mas nada plausível passou por minha cabeça. Ele andou até encontrar-se de frente a mim e continuou "Você ja se deixa possuir assim? Que fraca!" olhei-o com indecisão, perguntei "Explique-me o que aconteceu! Por favor?!" ele sorriu vitorioso "Você foi possuída por um.. hnm.. Digamos, um espirito. Ele me persegue, acha que tenho medo dele" e pestanejei, mas falei "Voce me pareceu ter medo dele" Ele riu sorrateiro "Eu nao tenho medo de nada, pequena. Mas agora tenho que ir, apenas vim, porque estava com saudades" riu zombando de minha cara "Tambem morri de saudades" repliquei irônica. Mas ele ja nao estava lá. Eu estava sozinha novamente. Talvez fosse melhor estar na presença dele, mas eu nao estava. Havia alguns meses em que a poltrona do papai me parecia desconfortavel, como se algo estivesse afetando sua forma macia que encaixava-se perfeitamente a qualquer um que se sentasse nela, resolvi olhar o que era, e descobri. O livro que Danny me dera estava lá, embaixo da almofada grande e macia da velha poltrona. Peguei-o, pela primeira vez em nove meses. Mas eu ainda me lembrava perfeitamente das ultimas palavras que lera ali. E nao me sentia bem, mas como nao havia nada para se fazer, resolvi continuar a lê-lo. O cap 17 ja nao me interessava, doía pensar em todas as coisas que haviam acontecido comigo, e era so disso que me lembrava ao ler tal capitulo. Passei entao para o capitulo 18 "Marcas profundas", nao sei porque aquele livro me parecia estranhamente melancolico e sombrio. Talvez o nome dissesse tudo. Continuei a leitura. A primeira linha continha a seguinte frase "Após ser tão fortemente atingida por armas tão poderosas, restava-me apenas, conseguir curar minha feridas, sara-las e cicratriza-las e cuidar para que nao fossem mais abertas. Meus anti corpos estavam em ação, meu sentimentos nao estariam em primeiro lugar, nunca mais. E essa seria, minha unica certeza até que a morte viesse ao meu encontro. Ah! A morte, por que mesmo ela nao me faz uma visita? Vou pergunta-lhe em minha carta o por que de sua demora." Parei de ler, por algum motivo eu estava cansada e queria dormir. Foi isso que fiz.
Em meu sonho daquela noite, sonhei algo totalmente diferente de todos os meus sonhos em 10 meses. Já não eram meus anjos a virem me visitar, mas um homem não menos belo, talvez até mais. Parecia-se muito com meu pai, nao querendo me gabar, mas meu pai era lindo. Era. Quem sabe ele ainda não é? De algum modo eu começava a sentir falta do meu pai. Triste. Mas era um fato a ser aceito. Voltando ao sonho. O homem sorria para mim, e eu sorria de volta. Não sabia porque, mas ele era conhecido, me parecia conhecido. Parecia conhecer cada segredo mais intimo guardado dentro de mim. Eu ja nao estranhava mais nada em meus sonhos, aquilo se tornava normal, visitas de seres extraordinariamente lindos,e meramente parecidos com humanos, ja faziam parte de meu cotidiano, só que antes eu apenas conhecia um ser extraordinário. Sim, porque os meus anjos tinham o mesmo corpo. Apesar de serem o extremo oposto um do outro, suas personalidades eram interligadas apenas pelo mero fato de existir interesse de ambas as partes em mim. Aquele pensamento parecia me passar pela cabeça a cada momento em que me sentia calma, e em paz para pensar. O novo anjo que aparentava-se com meu pai, começou a falar comigo, além da aparencia, sua voz era exatamente igual a dele, assim como seus olhos. Eram negros e expressivos, doces e acolhedores. Sem duvida eram meus detalhes preferidos em meu pai. "Então pequena, Como você está se sentindo?" Gostaria muito de saber o porque de todos os anjos me chamarem de pequena, começavam a me intrigar. Respondi-lhe calmamente "Confusa" ele riu baixo "Isso eu ja esperava, conte-me algo novo..." Eu mantive minha expressao de NADA e continuei "Ao contrario do que está fazendo. Você nao deveria responder minhas perguntas? E nao eu, as suas." Ele fingiu estar pasmo e continuou "É isso mesmo o que vim fazer. Esclarecer todas as suas dúvidas.. Err.. Quer dizer, quase todas. Há coisas que nao poderei lhe contar." Eu o encarei "Ok! Entao me conte o que voce pode contar. Tudo o que pode contar." Ele olhou-me aparentemente preocupado com meu emocional "Você nao deve se alterar, este é um momento de transição que você deve aceitar, sem estar fora de si. Você precisa de auto-controle mais do que nunca." continuei olhando-o "Por que transição eu irei passar? Além de minha morte, claro." ele continuou, ainda com a expressao preocupada "Digamos que você irá mudar, você deverá esquecer pessoas, deverá lembrar-se sempre de outras, e acima de tudo, tem que aceitar sua situação. Passar por isso com rebeldia, é o pior caminho a ser seguido. Eu estou aqui porque quero seu bem. Não imagina o quanto eu gostaria de lhe dizer tudo, de lhe abraçar e dizer "Estou aqui querida, sempre estive" Eu fui um rebelde, fui contra tudo que me levava a mudança que era necessária, tive que aceitar da pior forma, por isso sempre fique calma e aceite." eu estava começando a ficar totalmente aturdida, aquele homem me causava sensações que antes eu só sentia com meu.. pai. Minha cabeça doía, mas como se eu estava em meu sonho? Ele pareceu ler minha mente "As mudanças já estão começando, apenas não lute contra elas, por favor. Por mim." Ele se afastava, como se eu fosse puxada pra fora de meu sonho, mas ainda pude ouvi-lo gritar "Você está mais perto do fim! Logo tudo terá fim, apenas espere e acalme-se!" Eu estava com medo, ele havia me dito mais do que os meus outros anjos, mas tudo que ele havia me dito apenas me confundira mais. Resolvi obedecer o que ele havia me indicado, ele contou-me de sua experiencia e nao me parecia nada agradável ir contra o que aconteceria comigo. Será que eu sofreria um acidente? Será que eu seria assassinada e me tornaria um anjo? O que quer que fosse, apenas uma única coisa era certa, segundo o anjo eu estava "mais perto do fim"..."

"Querida Morte" (6o cap)

@ 15:52

"Quando Danny deu-me o livro, houve um breve encontro de nossas mãos, o simples toque me causou arrepios. Eu nao queria sentir aquilo que sentia por ele, mas eu precisava daquilo pra ter algum motivo pra viver os poucos dias que me restavam, pensar nisso me dava medo, mas eu tinha de aceitar os fatos. Eu iria morrer. Não sabia quando, nem em que circunstâncias, mas este era o fato que definia minha vida. A morte. Pensei em minha mãe, perdendo a única filha que tinha, com poucos e maus vividos 17 anos. Me senti culpada por causar tal dor a uma mãe tão boa como a minha. Mas não havia nada que eu pudesse fazer para reverter a situação.
Danny permanecia de cabeça baixa, evitava me olhar. Agradeci quando deixamos de nos tocar "Obrigada", e abracei o livro, com um de meus braços em volta dele. Ele notou o clima desconfortavel e falou "Peço desculpas pelo que fiz, nao queria fazer algo que você nao queria.." Interrompi suas palavras com rispidez "Eu queria.. Ainda quero." Ele pareceu completamente confuso, seus olhos começavam a me incomodar, pareciam duas metralhadores prontas para matar. Eu continuei tentando explicar o que nem mesmo eu compreendia "Eu.. Não sei bem o que sinto por voce.. ainda. Mas eu quero voce perto de mim, quero que... seja lá o que a gente tenha um com outro.. quero que continue" Ele mudou sua face de confusão, para uma de alivio e sorriu. Eu realmente não esperava, juro. Mas ele pegou meu braço ainda livre e puxou-me para perto de si, o que nos afastava era o livro em meu abraço, ele aproximou-se de minha boca com a sua, e quando estavam quase coladas, sussurrou "Quero que você seja minha, eu preciso de você, como o carro precisa de gasolina, preciso sentir que seus lábios serão apenas meus, e que seus abraços destinarão-se somente a mim. Quer ser minha?" faltou-me um pouco de oxigenação no cerebro pra captar cada palavra doce que havia saido de sua boca maravilhosa, eu tinha a permição de meu anjo, ele nao se zangaria comigo. Resolvi permitir-me amar alguem, eu nao sabia se era amor, mas era uma das melhores sensações sentidas por mim, estando com ele, eu me sentiria completa. Novamente. Como a muito eu nao me sentia.
Confiei novamente em minha intuição, pela primeira vez em um ano. Disse-lhe "Sim, aceito ser sua" Ele rompeu com o pouco espaço entre nós, empurrou-me para dentro de minha casa e encostou a porta com o pé. Soltei o livro no chão para ir com minhas maos de encontro a seus cabelos revoltos, eu amava seus cabelos, ele sempre teimava em corta-los, mas sempre desistia quando eu lhe implorava para nao os cortar. Cessamos nosso beijo quando chegamos a escada, ele sorriu com meu sorriso preferido, aquele descontraído que me dava vontade de morde-lo, e foi isso que fiz, afundei-me em seus pescoço lhe dando pequenas mordiscadas, quando cheguei a extremidade de sua nuca, um pouco depois de sua orelha, apenas os pequenos toques de meus lábios em tal região, faziam-no gemer baixo, eu resolvi continuar, mas ele nao aguentou, afastou-me e disse "É melhor você parar, eu ja estou um pouco descontrolado, se continuar, eu saio de mim, nao quero parecer um tarado, ou maniaco sexual" ri, e assenti em parar, senti-me envergonhada, por ter sido eu a causar seu descontrole.
Ele intenrrompeu meu momento vergonhoso, para minha alegria, e tornou a falar "Quer subir? Eu nunca vi seu quarto. Nos sempre vamos ao meu, mas voce nunca me convida a conhecer o seu" me desesperei, meu quarto nao estava arrumado, estava uma zona, minha zona, nao ia mostra-lo como ele estava, nao pra ele. Pensei rapido em uma desculpa e respondi "Que tal conhecer minha sala? Meu quarto está temporariamente interditado" ele riu e nao me questionou, segurou minha mão e puxou-me em direção a sala.
Ficamos assim a tarde inteira, minha mãe me ligou e disse que iria se atrasar, parecia que tudo estava a nosso favor. Seus beijos esquentavam meu interior, faziam de mim alguem que eu nao conhecia, eu me tornava uma pessoas totalmente fogosa, acho que até mesmo ele estranhava minha necessidade de puxar seus cabelos, e ir em seu ponto fraco, que se encontrava na nuca, ele começava a ficar excitado (=00 ps: pra quem entende "emoticom da britney") eu estava por cima de sua cintura, e beijava e desvendava cada extremidade de seu pescoço desesperadamente. Eu não queria fazer aquilo, mas nao podia me controlar, estar com ele me fazia agir como se fosse o ultimo momento de minha vida, e talvez realmente fosse. Um lampejo de sanidade veio a minha cabeça e parei, disse-lhe "Minha mãe vai chegar, melhor voce ir" estava completamente sem ar, assim como ele, seus olhos estavam confusos e ele encontrava-se completamente desnorteado. Mas compreendeu o que lhe dissera, saí de cima dele, e ele se levantou do sofá.
Alguma coisa me dizia que estavamos indo rapido demais, mas eu pouco me importava, se eu quebrasse a cara, eu teria me divertido ao maximo. Pensamento ironico pra alguem que é contra se aproveitar das pessoas, mas eu aposto que ele tambem nao estava achando ruim, principalmente pela movimentação estranha em baixo de mim quando estavamos prestes a nos comer (risos tensos). Mas pensem por este lado, eu iria morrer, qual era o problema em virar uma qualquer se eu estava prestes a nao poder ter qualquer tipo de relação humana para todo o sempre? Eu nao acreditava em outras vidas na Terra, apenas em outra vida no céu ou no inferno. Tá, exagerei, mas que foi tenso, foi. E eu estava sendo uma qualquer com MEU NAMORADO, afinal naquele pedido "Quer ser minha?" era bem nitido que ele queria algo sério comigo.
Ele estava indo embora, cambaleou um pouco ate chegar na porta, deu-me um leve selo, e seguiu em frente.
Ja eram 6:32 da noite e mamae nao havia voltado. Resolvi ligar para ela "Mãe, onde a senhora está?" estava muito barulho onde ela estava, parecia-se com buzinas freneticas em seu ouvido. Ela alteou a sua voz e respondeu-me "O transito está um caos, acho que vou me atrasar um pouco querida. Pode preparar o jantar sozinha?" eu lhe respondi "Tudo bem mãe, eu me viro. Só queria saber se estava tudo bem com a senhora" suspirei de alivio ao saber que ela estava bem, ultimamente pensamentos nada positivos assombravam minhas ideias.
Enquanto mamae nao chegava, resolvi ler o livro, grande, negro e de titulo pertubador, iria começar pelo capitulo 17 como Danny me indicara. Peguei-o do chão, onde permanecia desde que eu e Danny comessamos a nos amassar no sofá. Sentei-me na poltrona que antes era do papai. Eu nao falava de meu pai, havia 6 anos que ele havia partido e preferi trata-lo como morto. Alguem que abandona a familia, nao tinha muito valor como pai, nao para mim. Aconcheguei-me na enorme poltrona com o livro no colo, seu titulo ainda me causava calafrios, abri-o exatamente no capitulo 17, aquilo me deu mais calafrios ainda, senti maos em meus ombros e me assustei, derrubei o livro no chão "Acalme-se, pensei que ja havia se acostumado com o fato de me ver quando está acordada" Pasmei, mas disse-lhe "Você está ai a quanto tempo?" ele sorriu sorrateiro "Cheguei a pouco, nao presenciei nada que nao devesse". Ele (meu anjo), por diversas vezes parecia-se com meu pai, ao auge de meus onze anos, ele me dizia "Não deixe esses meninos safados, triscarem um dedo em você! Eles se aproveitam da desculpa de que é só uma "brincadeira". Seja esperta minha filha, os homens não prestam!" Pelo que conhecia dos homens, sabia que o que meu pai me dissera era a mais pura verdade. Mas não vamos mudar o rumo do assunto. Meu anjo olhou-me curioso e resolveu me perguntar "Desculpe-me a inconveniência, mas.. O que você sente por esse rapaz? Não consigo identificar." Corei e estranhei sua pergunta, mas respondi-lhe somente a verdade "Eu o quero ao meu lado, necessito de sua presença, mas nao sei se é amor, amor de "amigo amante" talvez." Eu sei, o termo "amigo amante" nao era dos melhores, mas meu anjo compreendeu. "Tome cuidado" ele disse-me de repente com um olhar preocupado, estranhei "Por que? Voce ve algo de errado acontecendo?" ele riu desfarçadamente "Não sou nenhum tipo de paranormal, minha pequena" encarei-o "Entao por que, me mandou tomar cuidado?" Ele andou até ficar de frente para mim "Me preocupo com seus sentimentos oras. Descobri umas coisas... Você parece-me bastante sensivel a sentimentos novos, parece-me cautelosa demais, ao mesmo tempo que afobada demais para viver. Uma dica: Não se desespere e faça coisas insensatas porque acha que seu fim está proximo. Ele pode levar anos para acontecer." acalmei-me rapidamente.
Entao eu nao estava assim tao proxima da morte? Quer dizer, talvez nao estivesse. Será que essa era apenas uma jogada para nao me extressar, de meu anjo? Acho que nao. Preferi acreditar no que ele dizia, era bem mais facil confiar nele, do que em pessoas, meros humanos, com armas super poderosas de destruição em massa. Arrasariam com meu emocional em poucos segundos. Parei de pensar nisso. Apanhei o livro do chão, e o abri onde ele estava aberto. Capitulo 17, "Destruição em massa" um arrepio correu de meus pés até minha espinha, mas resolvi continuar, olhei para meu anjo de relance, apenas para checar qual era sua feiçao, era indiferente, mas com um leve sorriso de canto. Continuei a ler. O primeiro versículo era "Estive com as melhores pessoas que poderiam existir. As melhores companhias, os melhores amigos, os mais prazerosos amantes. Mal sabia eu, que tambem estava ao lado das pessoas que mais me causariam dor..." Parei de ler, lembrei-me de todas as dores que havia sentido, e de todas as pessoas que amei, a quem fui fiel, a quem dediquei preciosas horas de meu tempo, e tambem as que mais me magoaram e fizeram de mim motivo de dó. Continuei "Amei-as com tudo que tinha. De mim dei tudo que podia. Meu tempo era a elas dedicado. Eu estaria sempre ao lado delas. Mas elas estariam dispostas aos mesmos sacrificios por mim? Minha dúvida, era como um anticorpo, que lutava contra um vírus mortal... Meu coração" Parei de ler com o barulho das batidas na porta. "Querida, é a mamae, abra a porta, está chovendo!"

Daniel. (5o cap)

@ 15:51

"Acordei sem folego e me sentia desconfortavel, aquele com certeza era o pior pesadelo com o "demonio" que eu ja havia tido. Levantei-me depressa e fui direto para o banheiro tomar meu querido banho frio, esqueci-me de tudo e de todos e eu ficaria embaixo daquela agua por todo o sempre, olhei o relogio do banheiro (sim, eu tinha um relogio em meu banheiro, talvez alguma mania de minha mae, em todo cômodo de nossa casa havia um pendurado na parede) mas já eram 6:27 e 7 horas eu tinha que estar na escola, fiquei mais uns 5 minutos e vesti meu roupão, sai do banheiro e uma brisa consideravel veio ao meu encontro. Eu tinha a certeza de que tinha fechado a janela, mas ela estava quase totalmente aberta, estremeci de medo, mas levei em consideração que poderia ter me equivocado e deixado a janela aberta. "Está tudo bem" menti para mim mesma, arrumei-me depressa e ao momento em que o ultimo sinal tocava eu entrei pelos portoes da escola, alguem gritou meu nome as minhas costas "Anna! Me espere!" Me virei lentamente, deveria ser o Nando chegando atrasado junto a mim. Não era o Nando, e eu não reconhecia aquele rapaz que gritava meu nome, mas resolvi espera-lo, quando ele estava a um metro de mim, disse "Você é anna não é?" balancei positivamente a cabeça e perguntei "E voce, quem é?" Ele sorriu (um sorriso bem bonito por sinal, parecia-se com o sorriso convidativo de Denise, nossa nova vizinha)"Sou Daniel, Danny pra ser menos formal..muito prazer" Ele estendeu a mão direita. Eu me assustei, mas consegui esconder tal desespero que se apoderava lentamente de mim. "Ahh.. oi, voce é o filho de Denise, não é?" Ele respondeu ainda sorrindo "Sim, eu mesmo. Foi de mim que voce fujiu na segunda" Eu corei, e sabia que tinha sido muito, mas resolvi comportar-me como se nao estivesse acontecendo nada. Geralmente quando eu fujo de certas ocasioes eu consigo deixar de corar. "Eu nao fuji de você, apenas estava me sentindo indisposta. Acredite, você nao gostaria de me conhecer indisposta" Boa! Ele acreditou nessa, sorri ao fim de minhas palavras.
Ele era um rapaz alto, bem mais alto que eu por sinal, mas acho que ele se inclinava mais para perto de mim, para nao me causar incomodo com relação a nossa diferença de altura, mal sabia ele que se aproximando de mim daquela maneira estava me causando mais incômodos do que qualquer outra de suas atitudes, porque ele conseguia me conquistar, ele parecia ser muito bom, e se comportava muito gentilmente a minha presença, o que fazia com que cada vez mais eu gostasse de estar com ele, ele me divertia, me fazia esquecer de tudo que houvesse de ruim, algo parecido ao que Nando me causava. Esse era meu maior incomodo. Daniel estava em minha classe, fazia o mesmo ano que eu e nao demorou muito pra pegar a materia que tinha perdido, era muito inteligente. Mesmo que eu nao quisesse (o que nao era o caso) eu era obrigada a passar muito tempo com ele, por algum motivo os professores sempre nos colocavam no mesmo grupo em trabalhos, eu e ele nos conheciamos cada vez mais com o passar dos dias.
Meus sonhos não mudavam, continuavam os mesmo desde o pesadelo. Meu anjo ficava horas comigo, dizendo as mesmas palavras, como se nao quisesse que eu me esquecesse do que ele me falava "Fique tranquila, nunca entre em desespero, nao demonstre seus sentimentos, nao conte nada de nós a ninguem, nao se preocupe, viva sua vida normalmente..." e minha parte favorita da qual eu nunca me cansava "... Estarei aqui se precisar, sempre estive. Não a abandonarei, eu lhe prometo" Mesmo o sonho se repetindo dia apos dia, eu nao enjoava dele, era a melhor sensação de todo o mundo estar com meu anjo, e nada me tirava isso, porque eu tinha o que desejava todas as noites, essa era minha certeza.
Eu estava passando as melhores duas semanas de minha vida. Nando continuava a ser o melhor amigo do mundo, minha mãe parara de investigar minha estranha mudança de atitude, não tive nenhum pesadelo com o "demonio", Danny se tornava a melhor companhia que se podia ter, e ele me parecia confiavel, resolvi, equivocadamente ou nao, confiar nele e ceder, eu gostava dele perto de mim e enquanto ele me causasse boas sensações eu iria querer ele perto de mim. E assim aconteceu, moravamos um ao lado do outro o que facilitava muito nos vermos, ele confiou em mim e contou algumas de suas experiências, contou que havia sido machucado por alguem, pelo jeito que ele me contou, me senti totalmente ligada a ele, ele passara a mesma dor que eu havia passado, eu nao contava a ninguem o que acontecera comigo, pois era como se a cicatriz de meu machucado se abrisse, mas como ele confiou em mim, resolvi abrir-me com ele e lhe contei minha decepção. Ele foi um anjo (rs eu sei, eu sei. Mas ele se comportou como um irmão, me compreendeu, talvez por ja ter passado pela mesma dor). Ao fim de nossa conversa, ele me abraçou, senti-me confortada por alguem "humano" pela primeira vez desde tudo que aconteceu. Eu me senti bem em seus braços, nao como eu me sentia com o Nando, mas de forma diferente, algo mais intenso, eu nao sabia o que era. A cada dia, nossos momentos juntos se tornavam cada vez mais frequentes e a cada dia nos tornavamos mais proximos. Eu passava novamente a depender de alguem, o que nao me parecia uma coisa boa, mas eu aproveitaria até o ultimo momento, eu merecia, eu tinha o direito.
Era sexta-feira,dia 17 de maio, tinhamos voltados juntos pra casa e como de costume, ele me obrigou a ir até sua casa, não havia ninguem lá, diferente dos outros dias em que sua casa se mantinha cheia em todos os momentos, a familia de Danny era enorme e seus primos, tios e tias viviam em sua casa. Nao vou mentir, estranhei a casa vazia, e fiquei um pouco desconfiada por ele me levar lá nessas circunstâncias, mas resolvi confiar em meus instintos e continuar em sua companhia, tudo bem que meus instintos sempre me colocavam em problemas, mas vai que aquele era o dia deles acertarem? (acho que nao).
Ele sorria confiante, eu nao sabia o motivo de tal sorriso, mas o segui pelas escadas, durante o trajeto resolvi perguntar "Por que nao tem ninguem em casa? E por que voce me trouxe aqui?" Ele olhou para mim, fazendo uma cara engraçada, parecia-se com alguem surpreso e decepcionado, mas ele riu e respondeu "Eu nao sei, meus tios devem ter ido almoçar na casa do vovô, e minha mãe foi trabalhar. Por que? Por acaso está com medo de que eu te ataque ou coisa parecida?" ele riu com a hipotese ridicula, mas me fez pensar se ele seria capaz daquele tipo de coisa, eu ri de meu pensamento impossivel. Nós chegamos ao seu quarto e eu estacionei na porta enquanto ele entrava, ele notou que eu havia parado e olhou para trás "O que foi Anna?" eu levantei uma sobrancelha e lhe respondi "Ainda nao sei o que voce quer." Ele sorriu com astucia e me respondeu "Prometo que você irá gostar do que vou fazer" e veio em minha direção, segurou minha mao e me puxou para dentro do quarto. Quando dei por mim, ja estavamos a sós e a porta estava fechada, me senti um pouco pressionada, mas nao senti-me desconfortavel, nenhum momento ao seu lado, por mais tenso que fosse, se tornava desconfortavel, essa era uma de suas qualidades, e uma de minhas preferidas tambem. "Sente-se na cama" ele me disse com um leve sorriso, eu o obedeci, ele andou até uma grande estante cheia de livros, parecia a realização de meu sonho de consumo. Ele procurou por alguns segundos até que encontrou o que procurava, ainda virado para a estante me disse "Tenho uma coisa para voce" eu queria o que ele iria me dar, algo me dizia que eu necessitava ganhar aquilo que ele me daria. Senti-me uma criança de 10 anos esperando para abrir um presente de aniversario, ele virou-se para mim e veio em minha direção com algo na mao, parecia-me um livro, com certeza era um livro. "Tome. Faça bom proveito" ele me entregou o livro grosso de capa preta e dura, li seu titulo rapidamente, pronunciei-o enquanto lia "Querida morte" As palavras demoraram a entrar em minha cabeça, demorei alguns segundos para começar a sentir medo do titulo "Por que está me dando este livro?" perguntei com uma pontada real de curiosidade na voz "Ele tem uma historia interessante, voce irá gostar.. Para começo de conversa, como sei que você é tomada por sua curiosidade ímpar, leia o capitulo 17 ele fará total sentido e voce entenderá o porquê de eu lhe dar este livro" Suas palavras entravam rapidamente em meu campo de compreensão eu falava com alguem que realmente compreendia meus sentimentos, até mesmo o mais íntimo deles. Sorri e agradeci "Obrigada" ele sorriu de volta com um sorriso de canto de boca, que eu achava super charmoso. Danny era charmoso, era um fato a ser aceito, além de ser um cavalheiro era lindo e inteligente, o "cara perfeito", ri de meu pensamento bobo, mas apesar de bobo eu reconhecia que era a verdade. Ele segurou minha mao e puxou-me para cima, levantei-me rapido demais, devido ao impulso que fiz e a força que ele aplicou ao puxar minha mao, quando dei-me conta estava a no maximo 2 centimetro de seu rosto, faltou-me o ar, senti seu halito quente e gostoso em minha boca, seu nariz roçou no meu, perdi um pouco do equilibrio, mas ele estava me segurando, seu braço envolvia totalmente minha cintura, mal notei quando o fez, o silencio que se seguiu me deixava louca, mesmo que eu nao pudesse, eu queria, queria atitude, queria ação, precisava daquilo. Ele cessou com a minima distancia que ainda existia entre nós, beijou-me com sua boca sinuosa e macia, era como tocar o algodão recem colhido com os lábios, sua lingua misturou-se a minha com aflição, parecia que aquela seria a unica oportunidade que ele teria, e ele a estava aproveitando muito bem por sinal, seu beijo era quente e determinado, ele nao cessaria até que estivesse passado por cada região possivel de minha boca, eu me sentia.. VIVA! Era uma otima sensação, de algum modo Danny havia feito renascer a chama que a muito havia se apagado dentro de mim, ele havia me feito sentir paixão em um beijo, coisa que eu nao sentia a um ano, um longo e terrivel ano em que so fiquei com pessoas por ficar, atitude ridícula de minha parte por sinal. Ele estava tão aflito em me beijar que quase esqueceu-se de respirar e quase fez-me esquecer de respirar tambem, a tensão entre nossos corpos era evidente, ele apertava minha cintura a tal ponto que eu tinha a certeza de que se me apertasse mais, fundiriamo-nos em um só, ele me girou ainda me beijando e empurou-me de leve para a parede atrás de mim, parecia o bote perfeito, uma parede pra que eu nao pudesse fujir de seus braços desesperados, não sei porque, eu nao queria fujir mesmo. O encontro contra a parede fez com que nossos corpos se aproximassem mais, se é que era possivel haver mais proximidade entre eles. Ele finalmente cessou o beijo, desceu de minha boca até meu pescoço, meu pescoço era a área de meu corpo mais sensivel a toques, eu desmoronaria a qualquer instante se ele aprofundasse mais o seu "carinho". Resolvi agir. Puxei-o pelos cebelos para ir de encontro aos seus olhos, ele estava louco, ofegava como alguem que estava prestes a se afogar e era salvo, ele respirou e continuou a olhar-me fixamente, era como se ele enxergasse atravez de meus olhos, se ele me queria, agora ele tinha a total certeza de que eu tambem o queria, se é que ainda existia alguma duvida. Continuavamos a nos olhar fixamente, até que me perdi em seus olhos cor de topazio, (nada tinham a ver com os olhos do tal vampiro que estava em moda, como é mesmo o nome? eduardo. hunf)eram como duas pedras recem lapidadas, o brilho que tinham era capaz de cegar se admirado por muito tempo, por uma fração de segundos eu lembrei-me de meu anjo, e como se adivinhasse o momento em que pensava nele, eu o vi, atras de Danny, olhando-me com seus olhos indecisos e maravilhosos, sua expressao era calma mas confusa, toda a boa sensação que eu havia sentido se esvaia, minha reação imediata e desesperada foi correr, soltei-me do abraço de Danny até que com certa facilidade devido a minha pressa em encontrar meu anjo, eu estava completamente aturdida, como eu poderia ve-lo se estava acordada? corri tao depressa que mal notei que ja estava na porta da sala, de frente a minha casa, a unica coisa que pude dizer foi "Desculpe-me.." continuei a correr até minha casa, cheguei bem depressa, minha mãe nao estava, eram 2 e 47 e ela so chegaria as 4, corri para meu quarto com medo, e lá estava ele para minha total surpresa, por mais que eu o quisesse ali ele realmente assustou-me com sua visita enquanto eu estava acordada, foi totalmente inesperado! Ele ainda se mantinha calmo, seu sorriso de canto continuava intacto. Fui de encontro aos seus olhos com medo, a possibilidade de ver alguma rejeição neles subitamente me pareceu assustadora. Eu não queria perdê-lo. Eu precisava dele, como já sabia há algum tempo. E parecia estar apaixonada por ele, mas ele não era real, ou era? A essa altura eu ja nem sabia mais. Mesmo estando "apaixonada" por meu anjo, eu sentia algo muito forte por Danny, eu só não queria enxergar o tamanho de minha dependência, a força de nosso vínculo, e ter de aceitar a realidade. Sempre era mais fácil fugir dela, mas agora eu não podia mais ignorá-la.. Eu estava apaixonada por duas "pessoas". E tinha de aceitar que eu realmente estava em uma situação complicada, eu necessitava de uma solução rápida, mas nada me veio a cabeça. De repente ele cessou nosso silencio "Você está seguindo o que lhe passei não é mesmo? Estou vendo que está vivendo muito bem sua vida. E é assim que quero que você prossiga, me entendeu?" eu estremeci "Você não está zangado?" minha pergunta pareceu idiota, aliás, minha pergunta era idiota, ele obviamente nao sentia por mim o mesmo que eu sentia por ele, ele interrompeu meus pensamentos "Por que motivo eu estaria zangado? Você está apaixonada, isto é ótimo! Isso a deixa feliz, e é assim que gosto de ve-la. Mas tome cuidado pra não se tornar vulneravel e nao se esqueça de que sempre estarei aqui" Minha cabeça doía, eu realmente nao conseguia processar nada do que havia acontecido nas ultimas 2 horas, mas ainda consegui perguntar "Como você está aparecendo, se eu estou acordada?" ele pareceu achar que eu estava brincando, fez cara de desentendido e prosseguiu "Estou cumprindo com minha promessa... Estar sempre com você. Pensei que já houvesse compreendido esta parte de nosso acordo." eu respondi-lhe "M-mas pensei que você so aparecesse em meus sonhos, como voce pode estar aqui? C-como? Eu nao entendo." ele sorriu com meu sorriso preferido o que me trazia calma "Fique tranquila, isto não é importante, basta saber que eu estarei aqui. Sempre. Não precisa se assustar tanto com a possibilidade de eu aparecer pra voce em qualquer situação" pensei comigo que consequencias aquilo me traria "Mas se você pode estar aqui agora enquanto eu estou acordada... O "demonio" tambem pode?!" nem mesmo eu sabia se o que disse era uma esclamação ou uma pergunta, resolvi interpretar como sendo os dois, pareceu-me que ele tambem "Sim, ele tambem pode fazer algumas visitas, mas fique tranquila, ele irá demorar a lhe visitar" prometeu-me, eu agradeci com os olhos, tinhamos uma comunicação facil, adorava isso. Após alguns minutos nos olhando, meu anjo me abraçou, com seu abraço de pai, que conforta, aquilo ajudou-me bastante, eu estava muito confusa, precisava daquilo para me tranquilizar, o silencio de nossa comunicação única, foi interrompido por alguem que batia na porta, me assustei, mas meu anjo me confortou "Vá, eu estarei aqui quando voltar" sorriu. Eu nao havia compreendido mas desci para ver quem era. Era Danny, um pouco corado com algo grosso e negro nas mãos "Você esqueceu seu livro"..."

Pesadelo. (4o cap)

@ 14:46

"Meu dia tinha sido bastante produtivo e divertido, Nando fez de minha tarde inutil e desperdiçada, uma tarde de risadas e fortalecimento de uma amizade que ja era muito forte, eu me sentia completamente feliz, apesar do vazio em meu peito.As duvidas ainda me assombravam, e cada vez mais eu tinha certeza de que estava ficando maluca, como eu poderia me sentir atraida porque alguem que nem sequer "existe"? Afinal, ele existia e era completamente real em meus sonhos, mas eram apenas isso, sonhos. Eu resolvi dormir mais cedo aquele dia, além de não querer fazer os deveres de matemática eu não estava nem um pouco afim de ocupar minha mente com os pensamentos que aquele momento me trazia, eu ainda sentia dor, de alguma maneira, mesmo sendo apenas em sonhos, ele já fazia parte de mim, e eu necessitava de sua "presença", necessitava que ele cumprisse com o que havia prometido e permanecesse comigo até o fim de meus dias. Sim, era esse o meu desejo. Mas eu notei o quão boba estava sendo e resolvi que aquilo iria mudar, afinal que tipo de pessoa, chega ao extremo da carencia, a ponto de gostar de um sonho? Quer dizer, se apaixonar por um sonho.. Eu ri de minha propia idiotisse.
Ja tinha tomado banho, e nao tinha pensando mais naquilo, banhos frios esvaziam minha cabeça, o que eu acho otimo, por isso o frio me atrai, ele me causa sensações que nada nem ninguem sao capazes de me fazer sentir. Após meu banho, dei boa noite a minha mae que estava vendo a novela das nove na sala "Boa noite mãe!" gritei da escada, ela se virou para o corrimão onde eu estava debruçada e respondeu "Boa noite querida" eu sorri e girei para voltar ao meu quarto mas a ouvi gritar "Por que voce está indo se deitar tão cedo?" eu estranhei sua pergunta, afinal, ela nunca questionava meu horario "Estou com sono, a aula hoje foi muito produtiva e eu tive que passar a tarde estudando com o Nando, ele me ajuda com a materia de matematica que eu nao consigo aprender com aquela professora ridicula!" ela sorriu e me respondeu com um sorriso desconfiado "hmmmmmmmm estudando é? haha sei. Voce acha que eu nao sei que você está de namorico com esse Nando?" minha mae sempre tinha o terrivel problema de achar que todos os meus amigos homens eram meus namorados "Mae, a senhora nunca teve um amigo homem na minha idade?" ela parou de sorrir "Isso nao vem ao caso" respondeu-me com uma pontada de aspereza "hmm entao, eu acho melhor a senhora parar de achar que escondo algum namorado! Pois voce sabe que é a minha melhor conselheira, e eu jamais esconderia algo do tipo de voce" ela sorriu agradecida "ok minha filha, vá se deitar e sonhe com os anjos" eu sorri de volta, e por um instante a palavra anjos fez todo sentido "Sonharei com os anjos mae, como sonho todas as noites nao notei a intensidade de minhas palavras e me pareceu que ela tambem nao, virei-me e entrei em meu quarto, encostei a porta e me arrastei ate a cama, de repente a cama se tornara meu refugio e o travesseiro, meu melhor amigo. Afundei a cabeça no travesseiro, fechei os olhos por alguns segundos e adormeci com a imagem de seu lindo rosto, acho que adormeci sorrindo.
"Desculpe-me por ontem" sua voz firme soou pelo quarto branco e vazio. Me assustei por ve-lo ali, ele não estava bem, estava desarrumado e com enormes olheiras, sua voz estava baixa apesar de sua entonação ser grave. Perguntei a mim mesma se anjos tem olheiras, ou se andam desarrumados por ai. "O que está acontecendo?" Mas o que eu realmente sabia sobre os anjos para julga-lo como diferente? Ele estava com o olhar baixo, nao olhava em meus olhos, aquilo me incomodou, tomei uma iniciativa desesperada e fui de encontro a ele, quando cheguei a uma proximidade duvidosa, ja ultrapassava seu espaço vital, estavamos tao proximos que em um abraço poderiamos nos fundir em um só, aquela proximidade nos intimidava, eu sabia que o intimidava tambem pois mesmo parecendo que ele queria estar ali, parecia-me estranhamente desconfortavel, segurei seu queixo com uma de minhas maos, ele pareceu se assustar com os encontro de nossas peles, estranhei, mas levantei seu rosto até que ele nao pudesse mais desviar o olhar do meu. NÃO! Não era o meu anjo bom, era sua fase ruim, seu lado mau, eu me assustei, mas ele ainda tinha o mesmo rosto, apenas mudavam suas feições, eu pouco me importei, eu estava com ele, apesar de estar com medo de seu olhar intrigante e sedutor. Eu era um pedaço de carne e ele era o leão faminto, me olhava como se estivesse investigando qual seria minha reação se ele atacasse. Eu não me movi um centimetro, mas ele resolveu dar voltas ao meu redor, como se me preparasse e me acuasse até o momento de seu bote final. A unica coisa que eu sentia era frio, e por algum motivo eu me sentia bem com aquela situação, eu pensava em qual seria a sensação de morrer pelas mãos de meu anjo da guarda, mesmo sendo em sonho, mas meus pensamentos foram interrompidos por sua voz grave "Você acabou de derrubar a única barreira que existia entre nós... Agradeço-lhe" sorriu com algum sarcasmo em sua voz. Senti medo, e ele continuou a falar notando meu silencio "Você será muito interessante" eu nao o compreendia e ele notou "Vou explicar-lhe tudo esta noite, agora não há nada que me impeça" eu gemi, o frio que estava em minha pele passou para minha espinha e me fez estremecer, ele se aproximou de mim, e me tocou com sua enorme mão, mas eu nao senti-me bem quando ele o fez, sua mao ja nao era macia, estava aspera e tinha calos, o que chegou a arranhar minha pele. Aquele definitivamente nao era meu anjo da guarda, nao podia ser. Ele continuou a falar "Creio que a essa altura você ja saiba o que a espera não?" eu balancei a cabeça negativamente, nao conseguia falar "Ótimo, ele não lhe contou nada?" balancei novamente a cabeça em sinal de negação "Idiota" ele pronunciou a palavra bem baixo, se nao fossemos apenas nos dois no quarto eu nao teria escutado "Bom minha querida..." passou a mão de minha boxexa a extremidade de meu queixo "Você irá.. Não sei como lhe falar.. você me parece tão.. frágil" ele encostou sua boca em minha orelha "Acho que posso ser sincero com você, certo? Seu... como é mesmo que você o chama? "Anjo da guarda" Não conseguiu dizer-lhe o que acontecerá.. Ele é mesmo um fraco!" estremeci ao ouvi-lo chamar minha única esperança de fraco "Você irá morrer minha pequena" De repente um estalo acordou-me de meu coma cerebral, a palavra "pequena" fez-me lembrar de muitas coisas, pois era assim que meu anjo da guarda se dirigia a mim em todos os seus "monologos" porque eu nunca dizia nada, aquela sensação foi como de alguem que se livra de uma forte amnésia. Lembrei-me de todas as palavras que meu anjo bom havia me dito durante todas as noites em que eu me aninhava em seu peito e ficava por horas escutando o som de sua doce e grave voz, sentindo seu halito quente em minha orelha. E então tudo fazia sentido. Ele havia sim, me contado o que aconteceria a mim, ele havia me preparado para cada segundo daquela situação, mas eu não prestava atenção por estar tao maravilhada com sua presença. Eu me enxi de coragem e usei todas as instruções que meu anjo havia me passado "Eu já sei de tudo! Eu não preciso ter medo, ele estará comigo em todos os momentos em que você tentar me atacar, entao não tente atrapalhar a sequencia correta do que acontecerá a mim. Eu sei que é que voce quer!" até mesmo eu me assustei com minha determinação em lutar mentalmente contra alguem muito mais forte que eu, e me achei digna de uma grande idiota. Mas eu fiz como meu anjo havia me dito, e estava satisfeita. Após minhas palavras de glória a única coisa que aquele "demonio" (era assim que o chamaria de agora em diante) conseguiu fazer em resposta as minhas palavras foi rir. Ele riu demasiadamente, ria com prazer e não fazia questão de esconder que eu era o motivo de sua chacota, no fim de sua longas risadas ele disse "Você é mesmo formidável, estou muito feliz em conhecer este seu lado, eu precisava realmente de diversão" riu mais um pouco "Sabe.. Lembra-se de minhas primeiras palavras para voce? Eu lhe disse que voce seria um de meus mais prazerosos trabalhos e eu nao estava errado, mas o prazer que você me dará está muito além de tudo que havia imaginado". Estremeci com suas palavras, cada uma delas penetrava em mim como uma faca, uma faca enferrujada que me traria problemas depois. Ele continuou "Você é muito frágil, talvez este seja um de seus maiores defeitos, mas voce não tem muitos por sinal, você será interessantíssima pra minha experiencia" eu me incomodei, respondi "Eu sou isso pra voce? sou como uma rã que voce disseca?" Ele sorriu com prazer e respondeu "Você nao se compara a nenhuma experiencia científica, você vai além disso, você é alguem que será extremamente importante para mim, você ja é importante agora, imagine quando tudo começar? mal posso esperar" Eu realmente lhe dava prazer, e nao me sentia mal em faze-lo, o que me incomodava era seu ar de superior que é um de meus piores ódios, se é que se pode dizer assim. Ele segurou meus ombros em suas grandes e asperas maos, seu rosto contorcido de admiração, de êxtase, eu nao podia acreditar que tal pecado fora cometido, como podia usar um rosto tao angelical para abrigar uma personalidade tão miseravel. Meus pensamentos foram novamente interrompidos por suas palavras duras "Agora que a garotinha mostrou as garrinhas, que por sinal me divertiram bastante, e que permitiu a si mesma saber da verdade, porque agora voce já sabe, com todas as palavras. Voce nao pode mais fujir mocinha" Eu tinha me esquecido de suas ultimas palavras, que deviam esclarecer o que ele estava me dizendo, e preferi não recorda-las, pelo menos não naquele momento. Ele continuou "Você precisa apenas aceitar os fatos querida, e se quiser eu lhe prometo algo. Prometo que voce não sofrerá, tentarei ser o mais breve possivel" Eu começava a ligar os fatos. Eu iria morrer. O oxigenio começava a me faltar e eu lhe perguntei antes que acordasse "Quando?" Ele me respondeu sorrindo "Não acabe com a brincadeira, assim não terá a minima graça"..."

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